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CEROL (para Edith Derdyk)

Na obra CEROL (para Edith Derdyk), o artista Zé de Rocha amplia o limite das linhas do desenho, que saem das folhas de papel e alcançam o espaço tridimensional. Nessa obra, Zé de Rocha faz
referência à brincadeira de empinar pipas, comum em várias regiões do Brasil, nos meses de ventania.
Na obra CEROL (para Edith Derdyk), Zé de Rocha convida o espectador a refletir sobre a violência escondida em algumas brincadeiras. Cerol é o nome popular da mistura de cola e vidro moído utilizada para tornar cortantes as linhas das pipas. Na brincadeira de empinar pipas, o objetivo de cada participante é cortar os barbantes das pipas dos seus concorrentes. Porém, a disputa envolvida nesse tipo de brincadeira pode causar acidentes graves.
Para realizar CEROL (para Edith Derdyk), Zé de Rocha construiu suas próprias pipas, utilizando papeis coloridos, varetas de madeira, barbante e cola. Ele fez pipas de diferentes tipos e com estampas variadas. Depois, Zé de Rocha utilizou as pipas que ele mesmo construiu como referências. Desenhou cada uma dessas pipas sobre folhas de papel, utilizando lápis grafite. No momento de apresentar os desenhos numa exposição, o artista incluiu linhas de barbante que atravessavam as folhas de papel e se espalhavam pelo ambiente. Quem visitou sua exposição teve que desviar das linhas de barbante para poder se aproximar dos desenhos a grafite.
Além disso, o título CEROL (para Edith Derdyk) é uma
homenagem explícita a Edith Derdyk, artista brasileira cuja obra influenciou Zé de Rocha a experimentar outros materiais e possibilidades de fazer desenho.

Mini Biografia

Zé de Rocha (José R.M. Rocha) é artista visual. Nasceu em 1979, na cidade de Cruz das Almas, Recôncavo baiano. Atualmente, vive e trabalha em Salvador. Destaca o RISCO como seu princípio de criação, em suas acepções de traço e perigo.

Propõe um olhar gráfico para a Guerra de Espadas de Fogo, por meio de desenhos e vídeos de animação realizados com carvão. Trata-se de uma manifestação que ocorre durante os festejos juninos no recôncavo e em outras regiões baianas, principalmente, em Cruz das Almas, cidade natal do artista.
Dessa maneira, os desenhos de Zé de Rocha podem ser associados a contextos diversos, em que o fascínio exercido pelo fogo confirma a convivência com o risco como fator inerente à própria constituição do ser humano.

É o risco em suas reincidências e multiplicidades, seja como traço ou linha, perigo iminente ou ameaça, apagamento, desenho de luz e
escuridão.

Contato
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